Nosso olhar
Não existe um jeito certo de olhar as paisagens, nem um consenso na literatura científica ou no senso comum sobre sua definição. Neste estudo, o processo de analisar paisagens é relativamente simples, mas baseia-se em uma metodologia que envolve três etapas complementares: (i) a caracterização via dados secundários da área de estudo, (ii) a imersão no território e; (iii) a identificação e análise das paisagens. Ao combinar a visão geral com um mergulho no detalhe, criam-se distintos pontos de vista sobre o território que, quando somados, fazem emergir imagens que representam mais do que a soma das informações coletadas.
A caracterização da área de estudo
A etapa de diagnóstico promove um primeiro entendimento do território. Nela são levantadas informações técnicas acerca de temas históricos, ambientais, socioeconômicos, culturais e político-legais da área de estudo. Com o objetivo de gerar uma caracterização do ambiente e das pessoas que ali vivem, combinam-se técnicas de revisão bibliográfica e de seleção de indicadores e documentos de acesso público. Quando possível, as informações técnicas são espacializadas em mapas para um melhor entendimento e análise dos dados. Para aumentar a precisão do estudo em relação ao entendimento do território, as informações são levantadas na escala dos municípios e em diferentes recortes temporais.
O trabalho de campo
O trabalho de campo é a etapa na qual é feita a validação da caracterização geral e aprofundado o conhecimento sobre o espaço, sobre (e com) as pessoas e sobre as relações deles com o rio Doce. Nesta fase é feito um mapeamento in loco das paisagens observadas e uma série de escutas com moradores dos lugares mapeados. A ideia desta etapa é aprofundar e detalhar o entendimento sobre os ambientes e pessoas da área de estudo. Deste modo, busca-se captar apropriações e sentimentos em relação ao rio Doce que não se pode alcançar na etapa de caracterização geral.
A identificação e análise das paisagens
Na etapa de análise, os dados levantados são tratados e cruzados para identificar os tipos de paisagens existentes no território percorrido. Em um primeiro momento, cada paisagem é caracterizada em relação ao seu grau de transformação, a sua posição geográfica e aos modos de vida que ela abriga. Em um segundo momento identifica-se relações entre essas paisagens. As relações aglutinam as paisagens identificadas e criam uma visão integrada e mais fidedigna do território que pode ser acessada sob perspectivas territoriais, ambientais e socioculturais.
Tipologia paisagística da Foz e do Litoral Capixaba
Recompondo a Paisagem da Foz e do Litoral Capixaba